Perda Gestacional - Uma dor nem sempre reconhecida

Um tema tantas vezes tabu, um tema que afecta bem mais pessoas que nos rodeiam do que pensamos, um tema que causa uma dor tantas vezes não reconhecida - a perda gestacional - existe e tem uma frequência de cerca de 20% de todas as gravidezes confirmadas.

A perda de um bebé, principalmente numa fase inicial de gravidez, é muitas vezes considerada pela sociedade como uma gravidez interrompida, ficando a faltar a consciência da dor causada, pois na verdade para aquela mãe, pai e família foi um filho que se perdeu!

A perda gestacional é a interrupção súbita de um sonho - do sonho da gravidez e da maternidade. 

Principalmente quando a mãe já tem filhos a sociedade procura desvalorizar o acontecimento, não compreendendo que aquela mãe passou a ter MAIS um filho a partir do momento que soube estar grávida.

Cada pessoa reage às suas perdas de maneira diferente, não há certos nem errados, mas a dor de perder um filho existe, independentemente de ser falada, exposta ou escondida.

Para aquela Mãe (talvez para o pai também, mas só posso falar na qualidade de Mãe) a data de perda e a data provável do nascimento nunca mais serão vividas da mesma maneira.

Agarrados à dor da perda vêm sentimentos que temos que gerir e nem sempre são fáceis de aceitar, falar e libertar: a perda de auto-estima, a sensação de fracasso e a culpa.

Eu também passei por uma perda gestacional...

Mesmo ao fim de 3 anos ainda sinto dor ao pensar, ao falar e ao sentir o meu corpo, que insiste nas datas que marcam o acontecimento dar-me sinais para o recordar, o sentir e trabalhar/ aceitar tudo o que ainda não aceitei...

Por isso fiz este video https://youtu.be/-tucLeSbLTY - um video autêntico, sem filtros, sem guião, onde exponho a minha experiência e procuro mostrar a outras mães e pais que passam por esta situação que não estão sozinhos. Que a dor é normal mesmo que não seja valorizada nem reconhecida por muitos! Que podem e devem procurar ajuda para lidar com a dor e todos os sentimentos que podem vir agarrados a ela! (video directo no programa Hora das Mães na rádio Gilão - 09/01/2019)

E porque pedir ajuda pode ser muito importante para lidar com todo este turbilhão de sentimentos, emoções, mudanças no próprio corpo, deixo aqui duas sugestões:

1º a página do facebook da Associação Projecto Artémis Apoio a Mulheres vítimas de perda gestacional

2º os contactos de uma amiga Psicóloga Sara Ramos | Tlf: 915840800 |

email: geral.puzzle@sapo.pt | consultas em Olhão, Faro, Loulé.

A theme so often taboo, a theme that affects many more people around us than we think, a theme that causes a pain so often unrecognized - gestational loss - exists and has a frequency of about 20% of all confirmed pregnancies .

The loss of a baby, especially in an early stage of pregnancy, is often considered by society to be an interrupted pregnancy, lacking awareness of the pain caused, because in fact for that mother, father and family was a son who was lost!

Gestational loss is the sudden interruption of a dream - the dream of pregnancy and motherhood.

Especially when the mother already has children, society tries to devalue the event, not realizing that that mother happened to have ONE more child from the moment that she knew to be pregnant.


Each person reacts to their losses differently, there are neither right nor wrong, but the pain of losing a child exists regardless of whether it is spoken, exposed or hidden.


For that Mother (perhaps for the father too, but I can only speak as Mother), the date of loss and the probable date of birth will never be experienced in the same way.


Clinging to the pain of loss comes feelings that we have to manage and are not always easy to accept, speak and release: loss of self-esteem, feeling of failure and guilt.

I also went through a gestational loss ...

Even after three years I still feel pain when I think, speak and feel my body, that insists on the dates that mark the event, giving me signs to remember it, feel it and work / accept everything that I have not yet accepted. ..

So I made this video - an authentic video, without filters, without a script, where I expose my experience and try to show other mothers and fathers who go through this situation that they are not alone. That the pain is normal even if it is not valued or recognized by many! that they can and should seek help to deal with the pain and all the feelings that may come clinging to it!