Reflexões sobre empatia

Algumas reflexões sobre empatia após o programa da Hora das Mães desta semana na Rádio Gilão (podem ouvir novamente aqui!). Havia tanto para dizer...e se calhar para alguns de vós este post estará com demasiada informação. Senti vontade de partilhar os melhores vídeos que encontrei sobre o tema, alguns excertos do que li, e havia tanto mais para ler e partilhar. Desculpem se é informação de mais mas vejam e leiam o que vos fizer mais sentido!

Empatia é experimentar a "realidade" das outras pessoas. Tentar compreender a perspectiva de outras pessoas. Pensar além de si e das suas próprias necessidades.
Procurar ter conexão e não razão! Não é preciso ter a mesma opinião do outro, ou fazer o que o outro deseja, para o compreender.
A empatia ajuda a combater os preconceitos e a organização da sociedade em pequenas caixas de diferenças, pois vai permitir ver que temos muito mais em comum do que pensamos à partida.

Video sobre diferença entre empatia e simpatia de Brené Brown, vale muito a pena ver!!

Principais conclusões (traduções):

Empatia é sentir com as pessoas. Empatia é uma escolha vulnerável, porque para que nos possamos conectar com o outro, temos que nos conectar com algo em nós que reconheça o mesmo sentimento.

Muitas vezes, temos intenção de salvar o outro mas, a verdade é que raramente uma resposta faz o outro sentir-se melhor. O que pode ajudar o outro a sentir-se melhor é a conexão!

Ted Talk sobre o Poder da Empatia por Helen Riess

Principais conclusões (traduções): 

Criou uma mnemónica para a empatia com as letras da palavra em inglês EMPATHY. E para contacto visual; M para músculos da expressão facial; P para postura; A para afecto; T de tom de voz; H de ouvir a pessoa no seu todo, tendo em consideração o contexto e sem julgamento à partida; Y a nossa resposta, pois o que sentimos muitas vezes reflecte o que o outro sente.

Todos os seres humanos desejam ser vistos, compreendidos e apreciados e o contacto visual é a primeira forma de o fazer. (Vamos todos começar a cumprimentar as pessoas com um Eu vejo-te mais do que Olá!)

O nosso cérebro está programado para a empatia porque a nossa sobrevivência depende disso. 

A empatia é importante em todos as áreas da nossa vida.

Todos precisamos de nos ver, de forma a que possamos mostrar o potencial nos outros. A maioria das pessoas precisa de ver as suas características reflectidas nos olhos de outras pessoas para se reconhecerem a si próprios - este é o poder da empatia!

Principais conclusões (é mais traduções) do Ted Talk de Sam Richards - Uma experiência radical sobre empatia:https://www.ted.com/talks/sam_richards_a_radical_experiment_in_empathy#t-1060781

Saiam do vosso pequeno mundo. Entrem dentro do pequeno mundo de outra pessoa. Depois façam-no uma vez, outra vez e outra vez. E, de repente, todos esses pequenos mundos juntam-se numa teia complexa e formam um grande e complexo mundo. Sem nos apercebermos vemos o mundo de outra perspectiva. Tudo mudou. Participamos noutras vidas, noutras visões, ouvimos outras pessoas, iluminamos-nos!

Também da Brené Brow, no livro a Força da Coragem:

" A importância de ver o mundo a partir do chão da arena é central para o conceito de compaixão. " Ela cita a certa altura uma monja budista norte-americana Pema Chodron e o seu livro The Place that Scare You :" Quando praticamos compaixão, devemos esperar sentir o nosso medo da dor. A prática da compaixão é ousada. Envolve aprender a descontrair e permite-nos uma aproximação suave àquilo que nos assusta.[...] Ao cultivar a compaixão, encontramos recursos na totalidade da nossa experiência - no nosso sofrimento, na nossa empatia, bem como na nossa crueldade e no nosso terror. Tem que ser assim. A compaixão não é uma relação entre aquele que cura e aquele que está ferido. É uma relação entre iguais. Só quando conhecemos bem as nossas trevas é que podemos estar presentes para as trevas dos outros. A compaixão torna-se real quando reconhecemos a nossa humanidade partilhada."

Brené continua definindo os conceitos de compaixão, empatia e simpatia que transcreverei abaixo.

"Compaixão: Reconhecendo a luz e as trevas presentes na nossa humanidade partilhada, empenhamos-nos em praticar o amor e a bondade para connosco e para com os outros na presença do sofrimento.

Empatia: A ferramenta mais poderosa da compaixão, a empatia é a capacidade emociona que nos permite reagir aos outros de uma forma empenhada e interessada. A empatia é a capacidade de perceber o que alguém está a viver e demonstrar essa percepção. Importa referir que empatia é entender o que uma pessoa está a sentir e não senti-lo por ela. Se alguém se sente só, a empatia não exige que nos sintamos sós também, mas apenas que recorramos à nossa experiência de solidão para, assim, podermos entender e encontrar uma conexão.(...) Empatia é o antídoto para a vergonha e é o centro da conexão.

Simpatia: Em lugar de ser uma ferramenta para a conexão, a simpatia surgiu nos estudos como uma forma de desconexão.(...) É mais provável  que a simpatia seja accionador da vergonha do que algo que possa curá-la."

Podia continuar a escrever e a partilhar mais vídeos e excertos, mas vou terminar com o vídeo de empatia da tristeza com o Bing Bong, do filme Divertidamente...